CONCERTOSNAPISCINA 93#

gabriel ferrandini + bruno silva
02 abr 2025 – 19h
reservas: hot@hotelier.com.pt

Gabriel Ferrandini e Bruno Silva

Gabriel Ferrandini é mais do que uma promessa cumprida de um baterista da música contemporânea portuguesa. O artista e músico extravasou amplamente esse território para se afirmar vulnerável e visceralmente curioso ao mundo em redor, sempre com a música a marcar o compasso de uma visão de arte total, onde a dimensão poética se insinua.

O futuro mora aqui. Num curso onde a electrónica assume múltiplas e variáveis soluções, a constante oferenda de Bruno Silva segue audaz e tão essencial como sempre. Parece conhecer, como escassos neste campeonato, pontos de conexão entre geografias espaço-temporais, reais ou imaginárias, tratando de criar um léxico sonoro global e simultaneamente insular. Entre memórias e visões, o novo disco “Meio Que Sumiu” é um objecto sonoro tentador. Um disco que racha terreno de modo firme e obviamente a chegar a tempo de entrar na equação das mais fortes edições deste ano – e com sérias réplicas para os tempos vindouros.
É meio impossível dissociar o que apresenta do que até então veio a criar. 2018 foi fortíssimo para Silva com um par de edições brilhantes sob a entidade Serpente. “Rituais 101” e “A Noiva” de certo modo reconstruíram, ou transportaram a outras latitudes, uma série de referências ao techno ou ao dancehall. Reportando uma genuína urgência, as estruturas que delas soube extrair soam absolutamente orgânicas e imprevisíveis, donas de si mesmas. Esta nova empreitada de Ondness é um culmiar destas pistas, já de si vigorosas, para algo maior. Naquela que é uma estreia no formato em vinilo, na casa SOUK (da família Discrepant) e com masterização a cargo do mago Rashad Becker, “Meio Que Sumiu” é uma fonte de energia em catadupa. Representa um passo firme no percurso do músico e mantém um constante encanto ao longo dos dez temas que encaixam este tumulto urbano de ressaca rave ou atração ritualista. Qualquer uma das duas vias é possível – e porque não ambas?

Bruno Silva não tem tido mãos a medir no último ano: contribuiu, enquanto Ondness, para o projecto Folclore Impressionista, editou dois projectos enquanto Serpente e juntou estas duas peles em Celas Death Squad, um split editado em cassete pela britânica Discrepant. Mais recentemente cravou o seu cunho em Fora de Turf, um EP lançado pela Extended Records e assinado pelos Sabre, dupla que mantém com Carlos Nascimento.
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Gabriel Ferrandini is more than just a fulfilled promise of a drummer in contemporary Portuguese music. The artist and musician has gone far beyond this territory to assert himself as vulnerable and viscerally curious to the world around him, always with music setting the pace for a vision of total art, where the poetic dimension is insinuated.

The future lives here. In a course where electronics assume multiple and variable solutions, Bruno Silva’s constant offering remains bold and as essential as ever. He seems to know, as few in this championship do, points of connection between space-time geographies, real or imaginary, trying to create a global and simultaneously insular sound lexicon. Between memories and visions, the new album “Meio Que Sumiu” is a tempting sound object. An album that breaks new ground firmly and obviously arrives in time to enter the equation of the strongest editions of this year – and with serious repercussions for the times to come.
It’s almost impossible to separate what he presents from what he’s created so far. 2018 was a very strong year for Silva, with a pair of brilliant releases under the Serpente label. “Rituais 101” and “A Noiva” somehow reconstructed, or transported to other latitudes, a series of references to techno and dancehall. Reporting a genuine urgency, the structures he was able to extract from them sound absolutely organic and unpredictable, in control of themselves. This new venture by Ondness is a culmination of these already vigorous tracks, for something greater. In what is a vinyl debut, at SOUK (part of the Discrepant family) and with mastering by the wizard Rashad Becker, “Meio Que Sumiu” is a source of energy in a cascade. It represents a firm step in the musician’s career and maintains a constant charm throughout the ten tracks that fit into this urban tumult of rave hangover or ritualistic attraction. Either path is possible – and why not both?

Bruno Silva has had his hands full over the last year: as Ondness, he contributed to the Folclore Impressionista project, released two projects as Serpente and brought these two together in Celas Death Squad, a split released on cassette by the British label Discrepant. More recently, he left his mark on Fora de Turf, an EP released by Extended Records and signed by Sabre, a duo he forms with Carlos Nascimento.

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Donativo para os músicos – 5 a 10 euros.
Para quem quiser, há jantar (vegano) – 7,50 euros.
Lotação limitada. Reserva aconselhada.

Os concertos no hotelier são promovidos pelos próprios artistas para divulgação do seu trabalho. Os donativos são a única retribuição, pelo que se agradece a generosidade de quem possa e queira dar um pouco mais.

Donation to musician – 5 to 10 euros.
Anyone who wants to stay for dinner (vegan) – 7,50 euros.
Limited seating. Reservation advised.


Concerts at the hotelier are promoted by the artists themselves to show their work. Donations are the only retribution, so we are grateful for the generosity of those who can and want to give a little more.

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